Segunda-feira, dia 25 de Fevereiro, os Estados-Membros da União Europeia irão votar sobre a proibição de uma controversa classe de pesticidas. Neonicotinóides, assim se chama a classe de pesticidas que mais polémica tem gerado nos últimos tempos e que está ligada ao declínio das abelhas em todo o mundo.
Em 1999, a Convenção sobre Diversidade Biológica em São Paulo emitiu a Declaração dos Polinizadores, reconhecendo o papel fundamental e a situação crítica deste grupo de espécies. As populações de polinizadores estão num estado de declínio, algumas espécies estão mesmo listadas como em risco de extinção, e esse declínio coloca uma significativa ameaça à integridade da biodiversidade do planeta e à qualidade e quantidade de alimentos disponíveis a uma população mundial crescente. Estima-se que pelo menos 80% das culturas agrícolas mundiais necessitem de polinização para dar semente e que 1 em cada 3 “dentadas” da nossa comida sejam resultado do trabalho de animais polinizadores.
Síndrome do Colapso das Colónias é a designação dada a um fenómeno em que as abelhas desaparecem inexplicavelmente, deixando para trás uma colmeia com criação e comida. Este fenómeno, nunca antes visto até 2006, causou e continua a causar sérios problemas, um pouco por todo o mundo, inclusive Portugal. Os neonicotinóides têm sido consistentemente apontados como uma das causas para esse colapso.
Só nos últimos 3 anos, mais de 30 estudos científicos vêm demonstrar os efeitos adversos dos neonicotinóides nos insectos. Estes insecticidas são sistémicos, ou seja, entram em todas as partes das plantas alvo, incluindo o pólen e néctar que as abelhas colhem e processam. Em Janeiro, a Autoridade para a Segurança Alimentar Europeia (EFSA) publicou uma recomendação científica para que as 3 substâncias principais dos neonicotinóides – Clotianidina, Tiametoxam e Imidaclopride – deixassem de ser usadas em culturas visitadas por abelhas. Há, neste momento, muita informação que aponta para a mesma conclusão: há um risco real no uso de neonicotinóides em culturas agrícolas que atraem abelhas, porque estes químicos levam ao declínio das abelhas e de outros polinizadores. Esse risco não é aceitáve,l nem de um ponto de vista ambiental, nem económico.
Assim, é crucial que Portugal marque posição contra os neonicotinóides. Tal posição irá proteger os polinizadores e o equilíbrio dos ecossistemas, irá proteger a produção agrícola nacional e irá proteger a apicultura que não só tem importância na sua acção polinizadora mas também como actividade económica sustentável.
Lisboa, 22 de Fevereiro de 2013
Em 1999, a Convenção sobre Diversidade Biológica em São Paulo emitiu a Declaração dos Polinizadores, reconhecendo o papel fundamental e a situação crítica deste grupo de espécies. As populações de polinizadores estão num estado de declínio, algumas espécies estão mesmo listadas como em risco de extinção, e esse declínio coloca uma significativa ameaça à integridade da biodiversidade do planeta e à qualidade e quantidade de alimentos disponíveis a uma população mundial crescente. Estima-se que pelo menos 80% das culturas agrícolas mundiais necessitem de polinização para dar semente e que 1 em cada 3 “dentadas” da nossa comida sejam resultado do trabalho de animais polinizadores.
Síndrome do Colapso das Colónias é a designação dada a um fenómeno em que as abelhas desaparecem inexplicavelmente, deixando para trás uma colmeia com criação e comida. Este fenómeno, nunca antes visto até 2006, causou e continua a causar sérios problemas, um pouco por todo o mundo, inclusive Portugal. Os neonicotinóides têm sido consistentemente apontados como uma das causas para esse colapso.
Só nos últimos 3 anos, mais de 30 estudos científicos vêm demonstrar os efeitos adversos dos neonicotinóides nos insectos. Estes insecticidas são sistémicos, ou seja, entram em todas as partes das plantas alvo, incluindo o pólen e néctar que as abelhas colhem e processam. Em Janeiro, a Autoridade para a Segurança Alimentar Europeia (EFSA) publicou uma recomendação científica para que as 3 substâncias principais dos neonicotinóides – Clotianidina, Tiametoxam e Imidaclopride – deixassem de ser usadas em culturas visitadas por abelhas. Há, neste momento, muita informação que aponta para a mesma conclusão: há um risco real no uso de neonicotinóides em culturas agrícolas que atraem abelhas, porque estes químicos levam ao declínio das abelhas e de outros polinizadores. Esse risco não é aceitáve,l nem de um ponto de vista ambiental, nem económico.
Assim, é crucial que Portugal marque posição contra os neonicotinóides. Tal posição irá proteger os polinizadores e o equilíbrio dos ecossistemas, irá proteger a produção agrícola nacional e irá proteger a apicultura que não só tem importância na sua acção polinizadora mas também como actividade económica sustentável.
Lisboa, 22 de Fevereiro de 2013
Fotografia por Ricardo Marques
Legenda: Abelha coberta em pólen de abóbora. A qualidade e quantidade de abóboras está directamente relacionada com a visita de polinizadores como esta abelha.
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