Paredes em Transição

O movimento Paredes em Transição é uma rede de amigos que vivem na cidade de Paredes, no Norte de Portugal, que partilham a preocupação de que a debilitante dependência em combustíveis baratos de que a nossa sociedade e economia padecem – e que não está a receber a devida atenção dos vários governos, que parecem actuar na premissa de que o petróleo barato e abundante continuará por cá em perpetuidade – possa vir a resultar em graves e imprevisíveis problemas de que a tecnologia não conseguirá livrar-nos, e que poderão afectar muito negativamente o nosso futuro e o dos nossos filhos. Saiba mais no menu Projecto.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Inverno na Horta nas Alturas

Depois da experiência bem sucedida deste verão, houve que dar continuidade ao projecto Horta nas Alturas, e preparar culturas de Inverno. Para nós, algo de completamente novo!

O conjunto foi reforçado com mais duas caixas, que agora abrigam alface e couves.

Dezembro. A geada tem-se feito sentir, e se bem que no início receasse pelo pior, as plantas têm-se aguentado surpreendentemente bem. 

Dezembro. A geada nos rabanetes ainda jovens, com um rebento de alho francês recentemente replantado.

Dezembro. Para dar uma ideia do frio que tem afectado estas plantas, nesta manhã o gelo na água do balde tinha entre 3 a 4 centímetros de espessura!

Beterrabas, brócolos ainda muito jovens, acelgas que ficaram do Verão anterior...

Estamos a manter as beterrabas, pois a folhagem é excelente para a sopa.

Outra caixa com alface e brócolo. Devíamos ter metido mais alface! Muito mais!

Estas acelgas são sobreviventes do Verão anterior.

Orégãos, tomilho, salsa e ainda uns morangueiros (que surpreendentemente continuam a gerar morangos, que não resistem ao frio). 

Até batatas apareceram sem que tivessem sido intencionalmente semeadas! (o que se passou foi que os rebentos existentes em algumas das cascas de batata com que tinha enchido o fundo da caixa germinaram e resultaram em plantas que geraram batatas! Live & learn!)

Apanhando acelgas para uma pizza com queijo de São Jorge. Em Novembro ainda apareceram alguns dias menos frios.

Um dia, uma colheita: beterraba, acelgas (que vegetal maravilhoso!), cebola, salsa, alho francês (penso que foi o último)...
Trouxe algumas sementes deste trigo da Sibéria do seminário que fiz com o Sepp Holzer em Maio de 2009. Semeei-as numa das caixas só para ver no que dava. Curiosamente, as plantas resistem bem ao Inverno, e as espigas estão continuamente a aparecer! Colhemos e elas regressam! Se alguém desejar experimentar cultivá-las, podemos ceder algumas espigas.

Aproveitei para meter umas estacas de tomilho serpão...

E de alecrim... que já pegaram e prometem novas ervas aromáticas para a próxima Primavera.

Adicionei algumas minhocas (autóctones) por caixa, para que trabalhem na fertilidade do substrato...

O que para a nossa filha foi uma festa!

Finalmente (não devia dizer finalmente, pois isto não tem fim. Há sempre mais qualquer coisa para experimentar!), há dias meti uns nabos que trouxe do meu tio Fernando Paiva, de Amarante, para ver como se dão nas caixas. Na imagem podem ver-se, ainda, algumas alfaces vermelhas e alho francês, ainda jovens, que me foram oferecidas pelo Sr. Correia. Tem resistido bastante bem à geada,

Para quem estiver interessado em tentar cultivar na sua varanda ou terraço, o nosso conselho é experimentar. Experimentar plantas novas, ou situações novas, como propagar o tomilho ou os orégãos por estaca.
No nosso caso, uma agradável surpresa foi ver como um número razoável de plantas apareceu espontaneamente nas caixas, a partir das sementes que foram caindo, e como estão a resistir admiravelmente bem à geada, inclusivamente algumas alfaces de sementes deste Verão!

Boa horticultura nas vossas varandas!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Uma Quinta para o Futuro

A Farm for the Future.Um fantástico documentário da BBC, produzido e realizado por Rebecca Hosking, sobre o futuro da agricultura, e sobre Permacultura em particular. Foi este documentário que despertou o meu interesse sobre Permacultura. Recomendo-o vivamente. 50 minutos de pura descoberta!
Poderão descobrir mais sobre o documentário na página da BBC.

As legendas em castelhano são fruto do trabalho dos nossos colegas do Movimiento de Transición de la Comarca Andina, na Patagonia Argentina. Gracias, compañeros!




Una Granja para el Futuro from Horatiux on Vimeo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!

De todos no movimento Paredes em Transição,


Feliz Natal!


Quem sabe no próximo Natal não teremos em Paredes algo como isto:

domingo, 19 de dezembro de 2010

Paredes em Transição no seminário com Sepp Holzer, na Maia

Já há tempos que andava para colocar aqui este artigo. No dia 5 de Dezembro conseguimos reunir 7 elementos de Paredes em Transição no seminário com Sepp Holzer, o agricultor austríaco criador de uma versão muito própria de permacultura. O seminário foi organizado pelo Núcleo do Porto da Quercus, com a colaboração de Tamera.


A imagem engana. O seminário esgotou a lotação do auditório, e houve gente que assistiu em pé e sentada nos degraus.
Como o Sepp Holzer só se expressa em alemão, a Meike Müller, de Tamera, deu uma ajuda na tradução.


Eu já tinha feito um workshop de duas semanas com o Sepp Holzer, mas foi bom encontrá-lo de novo e confirmar que continua enérgico e vociferante como sempre!

O filme que iniciou a apresentação debruçava-se unicamente sobre o trabalho que ele desenvolveu na sua propriedade - Krameterhof - no vale do Lungau, em Salzburgo, na Áustria, mas o Sepp Holzer tem desenvolvido trabalhos de aconselhamento em vários pontos do globo, com resultados que servem de atestado ao génio deste homem. Um curto documentário sobre o seu trabalho de consultadoria no Equador pode ser visionado aqui.
Gostei especialmente de ver os slides do trabalho que ele tem orientado na Península Ibérica: Estremadura Espanhola, Andaluzia e Odemira. Segundo nos informou, foi tópico para um livro que deverá ser editado em Português na Primavera de 2011.



Sepp Holzer foi especialmente aplaudido quando disse algo como "Os políticos que incentivam o cultivo de organismos geneticamente modificados deviam ser metidos na prisão!". Penso até que foi aplaudido em pé.



No final do seminário. Sempre bom rever velhos amigos! Alguma vez veremos o génio de Sepp Holzer em acção em Paredes? Aprendam a ler o livro da Natureza!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Pode a Permacultura mudar o Mundo?

Muito provavelmente até pode. Gostei muito da palestra com o Peter Bampton e a Laura Williams. Recomendo.
Também gostei muito da Casa da Horta, na Rua de São Francisco, junto à Alfândega, no Porto.
O Peter Bampton e a Laura Williams voltarão a dar uma nova palestra, amanhã, no Porto, no Quintal Bioshop, na Rua do Rosário:

Preço: 15€
Local:Quintal, Rua do Rosário, 177 Porto
Inscrições e informações: tlf 222 010 008 ou por email: mail@quintalbioshop.com

Pagamento no Quintal ou por transferência bancária para o nib: 0007 0000 00190179850 23

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Comunidade Resiliente. Uma entrevista com Rob Hopkins

Esta entrevista foi feita pelo canadiano Gregory Greene, realizador do famoso filme "The End of Suburbia", a Rob Hopkins, criador do movimento Cidades em Transição, no âmbito da produção do novo filme "Resilient Citty", ainda em produção. Foi publicada na Sexta-feira no blog de Rob Hopkins.


Pode a Permacultura Mudar o Mundo?

*Sessão de Apresentação: Pode a Permacultura Mudar o Mundo? *
Com Peter Bampton e Laura Williams
com tradução para português
*16 de Dezembro, 5ªfeira, 21h30 *

*CONTACTOS:*
*Casa da Horta, Associação Cultural*
Rua de São Francisco, 12A
4050-548 Porto
Perto da Igreja de São Francisco e Mercado Ferreira Borges.

Tel: 222024123 / 965545519


O que estamos a ver no futuro? É o medo de um desastre ou é uma motivação espiritualmente inspirada para criar um mundo melhor? Para aqueles de nós que se sentem responsáveis, esta é uma questão pendente. Se queremos trabalhar juntos para criar os próximos passos que tão urgentemente precisam ser dados, é fundamental que comecem a se articular e concordar com os valores e princípios que nos guiam. Então o que é Permacultura no contexto maior de nossa evolução cultural?
Permacultura é a concepção de sistemas que criam ambientes humanos sustentáveis.
A própria palavra é uma contracção de agricultura permanente, bem como cultura permanente, uma vez que as culturas não podem sobreviver por muito tempo sem uma base agrícola sustentável e um uso ético da terra. Em um nível, trata permacultura com plantas, animais, construções e infra-estruturas (água, energia, comunicações, etc.) No entanto, não é apenas sobre esses elementos em si, mas também sobre as relações que podemos estabelecer entre eles, devido à maneira em que colocá-los dentro da paisagem.
O objectivo é criar sistemas que sejam ecologicamente compatível e financeiramente viáveis, que podem fornecer para suas próprias necessidades, não exploram nem contaminar, e são sustentáveis a longo prazo. Permacultura utiliza plantas e animais qualidades “inerentes, combinado com as características naturais dos terrenos e construções, para produzir um sistema que pode suportar a vida, tanto na cidade e no campo, utilizando o espaço físico mínimo possível.
Esta filosofia de vida é construída em torno de três princípios éticos: o cuidar da terra, cuidar do povo, e da justa distribuição dos lucros. Neste sistema, o tempo, o excesso, a riqueza ea energia são reinvestidos na terra e do povo, para continuar a beneficiar a comunidade e ao mesmo tempo, considerando o quadro global.
É baseado na observação dos ecossistemas naturais, a sabedoria contida em práticas agrícolas tradicionais, bem como o conhecimento científico e a tecnologia modernas. Na sequência de modelos ecológicos, permacultura cria uma ecologia cultivada, que é projectada para produzir mais alimentos para os seres humanos do que normalmente é encontrado no mundo natural.
Retirado do sítio do Awakened Life Project :

ENTRADA LIVRE
Sugere-se uma contribuição simbólica, donativo, para poder contribuir para as despesas de deslocação dos convidados

sábado, 11 de dezembro de 2010

Uma horta comunitária em Rio Tinto


Uma mensagem que nos chegou dos colegas de Rio Tinto em Transição, Patrícia e Luís:

Porquê uma horta comunitária em Rio Tinto?
Como dizia o Sepp Holzer no seminário a que alguns de nós assistimos: Portugal é um paraíso ou um deserto? Da mesma forma nos interrogamos Rio Tinto é um paraíso ou um deserto?

Rio Tinto, dos prédios, do cimento, do Shopping, da cidade dormitório, em que ninguém conhece ninguém, do rio poluído e entubado. Assim em meia dúzia de palavras se podem referir algumas asneiras da insustentabilidade em Rio Tinto, dos que acham que a natureza é mera matéria-prima. Mas...

A natureza diz-nos, a natureza ensino-nos, que em cada problema, que em cada aparentemente árido monte de pedras, há sempre uma solução, há uma semente que colocada correctamente irá regenerar e fazer renascer mesmo o ecossistema mais enfraquecido.

Dia 18 de Dezembro de 2010 vamos caminhar por Rio Tinto e procurar locais para eventuais cedências de espaço para a nossa horta, o ponto de encontro é na confeitaria "15 de Setembro" (no cruzamento entre a Praceta Revolta, R. das Catrinas, R. João Vieira e a R. Dr. Porfírio de Andrade) às 9 horas.

A confeitaria "15 de Setembro" fica relativamente perto da Estação de comboios de Rio Tinto. Em baixo há indicações do google earth e das páginas amarelas:


Transition Brasilândia se torna hoje uma iniciativa Oficial!

Transition Brasilândia assina hoje sua carta, oficializando a sua transição.
Estamos agora ao vivo com João Leitão do Transition de Portugal em link pela rede trocando experências e sabedorias!
Em instantes estaremo em link com Rob Hopkins um dos criadores do movimento.
O Transition Brasilândia se iniciou em maio de 2010 e tem várias ações realizadas!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Paredes em Transição, Conversa com Rob Hopkins 2

Face a algumas mensagens que nos chegaram e em que algumas pessoas se queixavam sobre o facto de a entrevista ter ocorrido em inglês, faz-se, aqui, um breve resumo traduzido da mesma. 
A primeira questão que colocámos foi-nos enviada pelo João Leitão, de Pombal em Transição, e perguntaba qual era a opinião do Rob Hopkins sobre a possibilidade de um futuro organismo de coordenação nacional em Portugal poder funcionar como incubadora de projectos de empreendedorismo social. 
O Rob lembrou que na generalidade dos casos seria melhor esperar que mais iniciativas apareçam, de modo a que o movimento ganhe momento, para então se criar uma Entidade de coordenação nacional. Por outro lado, noutros casos, um organismo de coordenação nacional poderá estimular o aparecimento de novas iniciativas. Depois passou a explicar que o empreendedorismo social será um tema central no novo livro que está a preparar. Segundo ele, o empreendedorismo social será essencial para que os planos de decrescimento energético possam ser implementados, para a relocalização da economia, para criar novas infra-estruturas locais, emprego e novos modos de vida. A pergunta do João, no entanto, acabou por não ser respondida. 


Em seguida, comentei que em Portugal estamos a viver o nosso próprio “Período Especial” –uma analogia ao “Período Especial” que ocorreu em Cuba, que é o que os cubanos chamaram ao período em que deixaram de receber combustíveis da União Soviética, tendo que readaptar toda a economia a essa nova realidade. No nosso caso, vai ser muito menos dinheiro disponível para tudo e a necessidade de nos adaptarmos a essa realidade. 
Para Rob Hopkins, este é o momento certo para espalharmos a mensagem do movimento Cidades em Transição, e para ela receber o acolhimento que merece. Temos de dar o grande passo e passar das palavras à acção. Criar emprego, modos de vida, comunidades que possam apoiar-se entre si, investir em si mesmas e criar modelos que funcionem e possam apoiar as iniciativas. 


A seguir, face a uma consideração minha de que o movimento Paredes em Transição é, ainda, um grupo de amigos e termos pela frente a árdua tarefa de chegarmos à comunidade e mudarmos o panorama geral, o Rob lembrou que é importante dar o passo para lá do nosso grupo de amigos, e há que ter algumas considerações em conta: é importante o modo como apresentamos a ideia, encontrar uma língua comum, é importante encontrar terreno comum, encontrar os temas certos para chegarmos às pessoas, e termos algo para lhes oferecer. E é importante que em Portugal tenhamos o que ele chama um “cheerful disclaimer”, ou seja, deixar logo bem claro que não temos respostas para tudo – o movimento Cidades em Transição é um convite para que as pessoas se organizem, pensem, sejam criativas e contribuam para se encontrar as respostas para os problemas que já aí estão. 
Finalmente, face ao recente relatório da Agência Internacional de Energia, que reconhece, finalmente, que o pico do petróleo convencional aconteceu em 2006, o Rob confessou que o assunto, assusta, e acrescentou que no dia seguinte à publicação deste relatório o comissário europeu para a energia terá dito que “chegámos ao pico para todo o petróleo” e lembrou os problemas ambientais que serão criados pelo aumento de produção de petróleo não convencional, comentando que se não fosse a recessão, que tem reduzido o consumo, teríamos combustíveis a preços muito mais elevados.

Paredes em Transição, Conversa com Rob Hopkins

No Sábado, 20 de Outubro de 2010, tivemos a oportunidade de contactar com outros elementos do movimento de Transição internacional, reunidos em Edimburgo, na Escócia, como parte de uma série de conversas com membros de grupos de Transição de vários países, via Skype. 
Dentro deste contacto com a Escócia, tivemos a oportunidade de conversar com Rob Hopkins, fundador do movimento de Transição e da Transition Network.
Começámos por dar uma ideia da evolução do movimento de Transição em Portugal, e depois colocámos uma questão que nos foi enviada pelo João Leitão, de Pombal em Transição, sobre a possibilidade de um organismo de coordenação nacional poder funcionar como incubadora para projectos de empreendedorismo social.
O vídeo que se segue apresenta a conversa que se seguiu.

Gravámos a conversa com o programa Call Graph, que permite gravar a parte áudio das comunicações via Skype, mas não a imagem. O nosso colega Vítor Pereira usou uma máquina fotográfica para gravar a imagem.
Tentei sincronizar som e imagem o mais possível, mas o resultado não é o melhor. No entanto, dado o interesse que esta conversa poderá ter para muitos interessados sobre o movimento Cidades em Transição, optámos por a disponibilizar neste blog.
Agradecimentos a Fiona Thompson, da Transition Scotland por nos ter possibilitado esta conversa!

Paredes em Transição, A Talk With Rob Hopkins from leal4580 on Vimeo.