Face a algumas mensagens que nos chegaram e em que algumas pessoas se queixavam sobre o facto de a entrevista ter ocorrido em inglês, faz-se, aqui, um breve resumo traduzido da mesma.
A primeira questão que colocámos foi-nos enviada pelo João Leitão, de Pombal em Transição, e perguntaba qual era a opinião do Rob Hopkins sobre a possibilidade de um futuro organismo de coordenação nacional em Portugal poder funcionar como incubadora de projectos de empreendedorismo social.
O Rob lembrou que na generalidade dos casos seria melhor esperar que mais iniciativas apareçam, de modo a que o movimento ganhe momento, para então se criar uma Entidade de coordenação nacional. Por outro lado, noutros casos, um organismo de coordenação nacional poderá estimular o aparecimento de novas iniciativas. Depois passou a explicar que o empreendedorismo social será um tema central no novo livro que está a preparar. Segundo ele, o empreendedorismo social será essencial para que os planos de decrescimento energético possam ser implementados, para a relocalização da economia, para criar novas infra-estruturas locais, emprego e novos modos de vida. A pergunta do João, no entanto, acabou por não ser respondida.
Em seguida, comentei que em Portugal estamos a viver o nosso próprio “Período Especial” –uma analogia ao “Período Especial” que ocorreu em Cuba, que é o que os cubanos chamaram ao período em que deixaram de receber combustíveis da União Soviética, tendo que readaptar toda a economia a essa nova realidade. No nosso caso, vai ser muito menos dinheiro disponível para tudo e a necessidade de nos adaptarmos a essa realidade.
Para Rob Hopkins, este é o momento certo para espalharmos a mensagem do movimento Cidades em Transição, e para ela receber o acolhimento que merece. Temos de dar o grande passo e passar das palavras à acção. Criar emprego, modos de vida, comunidades que possam apoiar-se entre si, investir em si mesmas e criar modelos que funcionem e possam apoiar as iniciativas. A seguir, face a uma consideração minha de que o movimento Paredes em Transição é, ainda, um grupo de amigos e termos pela frente a árdua tarefa de chegarmos à comunidade e mudarmos o panorama geral, o Rob lembrou que é importante dar o passo para lá do nosso grupo de amigos, e há que ter algumas considerações em conta: é importante o modo como apresentamos a ideia, encontrar uma língua comum, é importante encontrar terreno comum, encontrar os temas certos para chegarmos às pessoas, e termos algo para lhes oferecer. E é importante que em Portugal tenhamos o que ele chama um “cheerful disclaimer”, ou seja, deixar logo bem claro que não temos respostas para tudo – o movimento Cidades em Transição é um convite para que as pessoas se organizem, pensem, sejam criativas e contribuam para se encontrar as respostas para os problemas que já aí estão.
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