Paredes em Transição

O movimento Paredes em Transição é uma rede de amigos que vivem na cidade de Paredes, no Norte de Portugal, que partilham a preocupação de que a debilitante dependência em combustíveis baratos de que a nossa sociedade e economia padecem – e que não está a receber a devida atenção dos vários governos, que parecem actuar na premissa de que o petróleo barato e abundante continuará por cá em perpetuidade – possa vir a resultar em graves e imprevisíveis problemas de que a tecnologia não conseguirá livrar-nos, e que poderão afectar muito negativamente o nosso futuro e o dos nossos filhos. Saiba mais no menu Projecto.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Vida de Vaca Leiteira

A nossa colega Ana Teresa, da Ilha de São Miguel, nos Açores, deixou o seguinte texto como comentário a um artigo deste blog, e deu-nos autorização para o colocar aqui como artigo.
A maneira como tratamos os animais terá, seguramente, que melhorar.

Esta terra tão bonita, está muito contaminada com adubos químicos, herbicidas e insecticidas (principalmente por causa de erva e milho para as vacas) e tenho a desconfiança de que já existem transgénicos apesar de não constar.
É a monocultura da vaca que é altamente subsidiada. Há subsídios para tudo e até para a morte.
E por falar nisto, descobri uma coisa inacreditável: andava eu em pesquisas sobre quantos animais para consumo eram mortos no matadouro de Ponta Delgada (a capital de São Miguel, este número só diz respeito aos animais da ilha, pois quase todas as ilhas possuem matadouros), quando me deparei com uma informação absurda (é só para perceberem que até nestes ares plácidos e bonitos, se esconde o papão do capitalismo e especismo desenfreado), são abatidos entre 800 a 1000 bezerros (bebés) por semana, para serem totalmente incinerados para se poder manter a quota de mercado. Por cada um desses bezerros o agricultor recebe 75 euros.
E como é que existem assim tantos bezerros? Existem porque as vacas, assim como nós mulheres, só têm leite se tiverem filhos, e como a espécie humana dos países desenvolvidos bebe tanto leite e derivados, as nossas queridas e simpáticas vaquinhas têm que andar a ter bebés, para nós não ficarmos sem leite.
Como se a nossa vida dependesse do leite e derivados, dessa quantidade tremenda que ingerimos e que se comercializa. Capitalismo cada vez mais selvagem é a resposta, não a nossa saúde.
Tenho que explicar isto, porque a maioria das pessoas pensa na vaquinha feliz no campo, ou na quinta familiar, a dar leite, sem ter tido filhos.
Segundo fontes veterinárias, para produzir leite, a vaca é sujeita a tratamentos hormonais para ovular na altura desejada e inseminada com sémen congelado de touros seleccionados, o vitelo é retirado mal seja vendável (neste caso, compram a morte do bezerro), a vaca é mantida a produzir leite máximo de tempo possível, sendo a qualidade do leite mantida com ração formulada (para se ter o nível adequado de proteína e de gordura).
As vacas precisam de muita terra com pasto, o que, mesmo aqui, nem sempre é possível, por os agricultores terem que alugar as terras se não as tiverem. O que faz, (dependendo da quantidade de vacas por agricultor) com que já existam vacas a viverem quase permanentemente no mesmo lugar. ou seja, temos vacas "semi/aquáticas".
Também descobri que ao ingerir demasiado cálcio, que é o que se faz normalmente nos países desenvolvidos, cuja dieta é á base de carne, leite e derivados, eliminámos tb maior quantidade de cálcio percentualmente. E é por isto que a maioria da população tem e terá osteoporose a níveis fora do normal. Quem tiver paciência, poderá ter explicação melhor que a minha em muitos sítios na net (eu perdi as fontes destas informações).
E podem ver aqui a notícia sobre os vitelos:

http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=7048&visual=3&layout=10&tm=5

Mesmo o leite dos Açores, não é a maravilha que pensamos e muito menos a vida dos animais.
É uma informação que achei que deve ser partilhada, pelo maior número de pessoas possível, embora à 1.ª vista pareça não ter nada a ver com o seu blogue.

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