Paredes em Transição

O movimento Paredes em Transição é uma rede de amigos que vivem na cidade de Paredes, no Norte de Portugal, que partilham a preocupação de que a debilitante dependência em combustíveis baratos de que a nossa sociedade e economia padecem – e que não está a receber a devida atenção dos vários governos, que parecem actuar na premissa de que o petróleo barato e abundante continuará por cá em perpetuidade – possa vir a resultar em graves e imprevisíveis problemas de que a tecnologia não conseguirá livrar-nos, e que poderão afectar muito negativamente o nosso futuro e o dos nossos filhos. Saiba mais no menu Projecto.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Colheita de batatas


Estamos na época em que se apanham as batatas. O Manuel Aguiar convidou-nos para ajudarmos a apanhar as batatas que ele cultivou no quintal dele, mas apenas 3 pessoas cá do grupo apareceram, e o Manuel era uma delas. Penso que desta actividade de transição em Paredes se podem tirar algumas lições:

1.ª Nunca entitular um email com que se pretende mobilizar os amigos para virem dar uma mãozinha na "Arranca das batatas"! Não. Será bem melhor chamar-lhe "Workshop sobre colheita de tubérculos" ;-)

2.ª Quando se fala em bebidas, nunca dizer: "Não se preocupem com a bebida! O poço leva muita àgua..." Não. Será bem melhor dizer "Durante a actividade serão servidas bebidas frescas, como vinho-verde e sumo de sabugueiro feito com água fresquinha!
3.ª E o que é que eu tenho a ganhar com ir apanhar batatas no quintal do Manuel? Bom, "Cultivar parte dos alimentos que consumimos é um dos pilares para a nossa transição pessoal e um passatempo extremamente gratificante. Entre os vegetais que podemos produzir para auto-consumo, as batatas são um dos mais fáceis e que menos trabalho dão. Por outro lado, se bem armazenadas, poderão preservar-se durante meses a fio, sem perderem qualidades. Ora depois de uma boa época de crescimento, a colheita do fruto do nosso esforço e dedicação é um dos momentos mais especiais do ciclo da batata. Requer uma técnica especial que minimiza a destruição dos tubérculos, que será demonstrada aos presentes, que terão, ainda, a oportunidade de a colocar em prática, para mais tarde a replicarem nos seus projectos pessoais;
4.ª Faltou falar em alimento para o corpo! "Deveria ter constado no email algo como: "Será feita uma pausa durante a qual será servida bola de carne acabada de retirar do forno", e "O momento mais especial do ciclo da batata é comê-la. Cozida, a nadar em azeite. Não faltará uma sardinhada acompanhada com algumas das batatas recolhidas no dia;
5.ª Faltou falar em alimento para o espírito! "O workshop contará com uma sessão em que se apresentarão algumas plantas aromáticas que se dão bem na nossa região, e modos de as utilizar";
6.º Finalmente, após o final do workshop e durante o momento de rejúbilo geral, a cada participante será entregue uma parte do fruto do esforço colectivo para levar para casa!

Digam lá que assim não conseguiremos mais gente para estas actividades? (Caramba, o blogger devia ter emoticons!)


Fase final da colheita de tubérculos.




Alguns dos tubérculos recolhidos.


Colheita total (com excepção das que, apesar da técnica refinada - Ai que tosse! - utilizada sairam cortadas ou feridas) na cave do Manuel e da Xanda.


Só falta dizer que houve mesmo sardinhada acompanhada por batatas apanhadas no dia, com vinho verde e sumo de sabugueiro. A salada de alface e tomate também saiu da horta do Manuel - devias ter avisado Homem!

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