Paredes em Transição

O movimento Paredes em Transição é uma rede de amigos que vivem na cidade de Paredes, no Norte de Portugal, que partilham a preocupação de que a debilitante dependência em combustíveis baratos de que a nossa sociedade e economia padecem – e que não está a receber a devida atenção dos vários governos, que parecem actuar na premissa de que o petróleo barato e abundante continuará por cá em perpetuidade – possa vir a resultar em graves e imprevisíveis problemas de que a tecnologia não conseguirá livrar-nos, e que poderão afectar muito negativamente o nosso futuro e o dos nossos filhos. Saiba mais no menu Projecto.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A bicicleta em vez do automóvel ...

Não costumamos reproduzir conteúdos de outros blogs, mas este texto que o meu amigo Paulo Guerra dos Santos colocou no blog 100 dias de bicicleta em Portugal agradou-me sobremaneira...

A bicicleta em vez do automóvel ...


Para os ignorantes que arranjam desculpas a justificarem-se por serem pobres e pouco desenvolvidos, e que tentam gozar com quem utiliza a bicicleta em vez do automóvel para se deslocar, aqui vai o texto para lhes responder à letra:

1º Agradecer-lhes por utilizarem o automóvel diariamente. Assim, contribuiem com muito mais impostos para que os 230 deputados, mais ministros, seretários e sub-secretários de estado ganhem a vida. Como sabem, em Portugal, 60% do preço por litro de combustível vai directamente para o estado, em impostos. Acrescentar a isso que quase metade do preço de um carro novo é imposto.

2º Que por mês, quem utiliza a bicicleta poupará cerca de 200€ por não utilizar o automóvel, entre combustível, desgaste do carro e estacionamento.

3º Escusam de gastar dinheiro e tempo em ginásios, só para manter a forma. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 50% dos portugueses têm gordura a mais no corpo. Certamente que muitos deles serão orgulhosos automobilistas que se fazem deslocar todos os dias ... quietinhos no assento do seu automóvel.


4º Nos países ricos e desenvolvidos (entenda-se: países com pessoas ricas e desenvolvidas) como a Holanda, a Dinamarca, a Alemanha, a Suécia, a Finlândia e até mesmo aqui ao lado em Espanha, a bicicleta é utilizada como meio de transporte por muita gente rica e desenvolvida, coisa que naturalmente muitos dos que utilizam o automóvel diariamente não serão, comparativamente com os povos dos países acima referidos.

5º Que se vive mais intensamente o caminho de casa para o trabalho, interagindo com o meio envolvente, parando quando e onde se quer, encontrando pessoas conhecidas e até, imagine-se, chegar por vezes mais depressa ao nosso destino, sem termos que nos deslocar enfiados numa lata com uma tonelada, rodeado num pára-arranca por pessoas enfiadas noutras latas semelhantes, e ainda pagar (e bem) por isso.

6º De acordo com dados médicos, sabem o que se diz de ciclistas, maratonistas e outros desportistas sobre o seu desempenho sexual? Certamente que devem imaginar ...

7º Na vida há coisas bem mais importantes do que a estupidez e a ignorância, e que, em vez de se gastar 20 a 30% do nosso ordenado a viajar de automóvel todos os dias para o trabalho, é sem dúvida bem melhor viajar algumas vezes no ano de avião e visitar os países com pessoas ricas e desenvolvidas. Pode ser que assim se aprenda qualquer coisa e se evolua.

8ª Que é muito bom estar-se nas tintas para a ignorância dos outros, no que respeita a mobilidade, modos suaves de transporte e qualidade de vida no centro das nossas cidades.

Atentamente.

- Paulo Guerra dos Santos
- Utilizador de bicicleta como meio de transporte diário, na capital de um país com gente pobre e pouco desenvolvida.
- Mestre em Vias de Comunicação e Transportes
- Professor, Formador e Engenheiro Civil

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